Cidade registrou 1.025 homicídios em 2010 ante 360 que ocorreram em 2000
Uma mistura de miséria e crack transformou Maceió na capital dos homicídios no Brasil, onde os que matam e morrem são, na maioria, jovens pobres, invisíveis para os turistas que lotam as praias paradisíacas da cidade.
A violência passa ao largo da orla, dominada por hotéis de luxo. Dario Cavalcante, secretário de segurança pública de Alagoas, confirma que os casos atingem mais os pobres.
Severino López, um vendedor de doces de 59 anos, contou que em sete anos, perdu cinco filhos.
— Foram mortos por amigos. Compraram droga, não pagaram as dívidas e morreram. O mais jovem tinha 18 anos e o mais velho, 23.
Em 31 de dezembro, um dos filhos de Claide Maria Souza também foi morto. Era viciado em crack, subproduto da cocaína, e foi surpreendido roubando um mercado em Vila Brejal.
— Um vigia o surpreendeu e o matou a pauladas. Esteve três dias no hospital. Quem matou o meu filho morreu. Não foi por vingança minha. Tinha muitos inimigos.
As "dívidas do crack", que levam um viciado a perder a vida por menos de três dólares nas mãos de um traficante, são o combustível da violência que transformou Maceió na cidade do Brasil com a maior taxa de homicídios com relação à sua população: 109,9 por 100 mil habitantes em 2010.
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