segunda-feira, 2 de abril de 2012

Curso para drag queens reforça reconhecimento e atrai até mulheres

A passista e professora de ritmos Cláudia Waléria, 37, é uma das alunas de um dos poucos cursos de drag queens do país. Ela se inscreveu em Santos, SP, cidade onde mora, com o objetivo de se capacitar para expandir sua atuação profissional e aprofundar uma confusão: em palcos internacionais, vestida de Carmen Miranda, ela diz que provoca um encantamento ambíguo nos gringos. “Eles ficam na dúvida se eu sou mulher mesmo ou uma drag queen. Isso ocorre principalmente nos shows em navios”, explica. "Adoro ser confundida com as drags. É um super elogio. Elas são lindas."


Cláudia Waléria aprende a esconder a sobrancelha para assumir sua versão drag queen (Foto: Caio Kenji/G1)
A especialização - quase inédita em um segmento artístico marcado pelo autodidatismo - é coordenada, desde o início de março, pelo ator e bailarino Zecarlos Gomes, nas salas do Sesc Santos, instituição que cedeu o espaço para o primeiro módulo da capacitação. Gratuito, o curso foi viabilizado com verbas do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, e tem 23 alunos inscritos.
Homens, mulheres e até um casal, de diferentes idades e perfis recebem, duas vezes por semana, em oito horas, instruções de maquiagem, dança, canto e interpretação - disciplinas idealizadas para subsidiar a criação de novas drag queens.
Ricardo e Kiko seguem o passo-a-passo das aulas de maquiagem  (Foto: Caio Kenji/G1)

Durante 30 dias, os alunos são capacitados e avaliados. Para participar da primeira etapa era necessário apenas boa vontade dos candidados. No começo de abril, os professores selecionarão oito homens e quatro mulheres para seguir adiante no curso, que deixa a unidade do Sesc e passa a ser realizado em uma universidade de Santos.

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