A nomeação de um ministro da Pesca especializado em fisgar evangélicos encerra a reforma ministerial que não houve
As mudanças começaram no dia 6, com a troca de seis por meia dúzia no Ministério das Cidades: saiu Mário Negromonte, do PP baiano, entrou Aguinaldo Ribeiro, do PP paraibano. E foram encerradas nesta quarta-feira, com a substituição do companheiro Luiz Sérgio pelo parceiro Marcelo Crivella no Ministério da Pesca.
O colosso formado por 38 ministérios e secretarias especiais (com status de ministério)
não perdeu um único e escasso cabide de empregos.
Luiz Sérgio, uma nulidade que já naufragara no Ministério de Relações Institucionais, foi piorar a bancada do PT na Câmara dos Deputados. Crivella, um espertalhão que já envolveu até o Exército em projetos eleitoreiros nos morros do Rio, deixou o Senado para representar a bancada evangélica na Esplanada dos Ministérios. Entende tanto de pesca quanto Ideli Salvatti, ex-inquilina do gabinete que ganhou. Mas sabe fisgar eleitores convencidos de que dinheiro na sacolinha garante prosperidade na Terra e um latifúndio no Reino de Deus.

Governar é escolher, sabe-se desde que um grupo de homens das cavernas decidiu quem deveria ser o chefe. Presenteada com a chance reduzir a multidão de ministros, liberada para livrar-se dos gatunos e vigaristas que infestam o coração do poder, autorizada pelas atribuições do cargo a nomear quem quisesse, Dilma limitou-se a incorporar dois prontuários ao bando que continua do mesmo tamanho. A reforma que não houve comprova que a super gerente de araque escolhe ministros tão judiciosamente quanto um bebê de colo.
De novo, os jornalistas federais erraram todas. Ou quase todas: com Crivella e Aguinaldo Ribeiro, o ministério ficou mesmo ainda mais parecido com Dilma Rousseff.
FONTE: COLUNA AUGUSTO NUNES REVISTA VEJA
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